CAP 26
Sexta-feira,
27 de janeiro de 2012.
Querido Diário,
Depois do bafão no
jantar de ontem, seu Valmir e dona Cláudia ficaram malucos com o Zeca, mas nada
fez com que meu amigo mudasse seus planos. Karen riu muito do desespero dos
dois, mas Vanessa deu uma amortecida na queda deles, ou melhor, desviou o foco,
quando apareceu abraçada com Bruno afirmando que voltaram e que se casariam
logo. Seu Valmir e dona Cláudia ficaram felizes, mas atordoados. Eu falei com a
Karen e arrumamos as nossas coisas. Ela concordou que tava mais que na hora de
sairmos daquela casa, a gente vagava por ali mais perdidas do que cego em
tiroteio. Antes que partíssemos, seu Valmir veio falar comigo e me ameaçou
dizendo que, se eu pusesse os pés fora daquela porta, ele daria um jeito de tirar
meu filho de mim e me colocar na cadeia. Contei que o pai da criança não era
Zeca, era Felipe. Daí, dona Cláudia fez minha caveira direitinho para ele,
disse que o Zeca ser gay era minha
culpa, pois eu o traía com Felipe. Karen se queimou e iria contar toda a
verdade sobre Cláudia, não fosse vir Maria da cozinha e dizer que eu podia sair
dali sem problemas, que se seu Valmir tentasse algo contra mim, ela gritaria aos
quatro ventos que Lara é filha dele. Eu choquei na hora, permaneci inerte como
uma estátua, então, Maria me acalmou, garantiu que eu estaria segura, já que seu
Valmir era um homem de posses e, se descobrissem que ele teve um caso com a
empregada da casa, isso o prejudicaria tanto socialmente como financeiramente.
Seu Valmir não teve outra escolha, a não ser esquecer tudo que aconteceu
naquela casa e pedir que todos procurassem fazer o mesmo. O pitbull virou um pooddle quando viu as facas voltadas contra ele. Ainda bem que Lara
não ouviu nada disso, não sei se ela sabe a verdade.
Fui pra casa do
Felipe, ele prometeu que vai se demitir e que logo partiremos, ainda não sei
pra onde. As páginas do meu diário estão acabando. Não sei se algum dia terei
coragem de mostrar o que escrevi aqui pra alguém. Bom, será este um final feliz
pro diário? Acho que sim. Mas, de qualquer forma, tchau, meu querido diário.
Você foi um amigo, um confidente, quem me acompanhou quando eu me senti
sozinha, quem ouviu meus risos e minhas lágrimas quando eu tinha que
escondê-los. Enfim, eu só tenho a te agradecer. Até a próxima, meu amigo.
BEIJOSDaLU
Nenhum comentário:
Postar um comentário