segunda-feira, 15 de abril de 2013

Encontros e Desencontros-Capitulo 05



CAP V – Laura
 Um ruído de carro parando à porta. Passam das 02:00h. e ainda estou em estado de choque sentado em nosso sofá que pretendíamos reformar um dia. Muito confortável, mas o tecido que atualmente o cobre está se desintegrando. Ouço passos e chaves. Vozes sussurradas que não consigo identificar e Laura surge, seguida por ele, segurando João nos braços, aparentemente dormindo. Ao me ver, Laura corre em minha direção e me abraça.
 - Re, por que não me avisou?
- O que está acontecendo Laura?
- Levei o João ao Hospital, estava com quase 40º de febre.
- E por que não me falou quando liguei?
- Re, não queria que se preocupasse, já estava medicado e quase voltando para casa.
- Laura, o que ele está fazendo aqui, com nosso filho no colo? – Tiago, seu antigo namorado, seu atual patrão, acabara de subir as escadas levando João até o quarto, deduzo. Ele sabe onde fica o quarto? Prefiro não perguntar.
- Renato, por favor, o João está doente e eu precisava pedir ajuda a alguém.
- Lalá, o deixei sobre sua cama. Estou indo então.
- Tiago, muito obrigada por vir. Eu não saberia o que fazer, estava apavorada. Muito obrigada, de coração.
- Deixe disso Lalá, pode sempre contar comigo. Até amanhã então. Tchau Renato.
- Tchau – respondi secamente. Nem me cumprimentou, não precisava se incomodar com uma despedida.
Laura fechou a porta e virou-se para mim.
- Aconteceu alguma coisa Re? E o seu emprego?
- Laura, eu que estou querendo saber. O que está acontecendo? Esse cara já conhecia o nosso quarto?
- Deixe de bobagem Renato, parece coisa de criança, que coisa sem sentido.
- Por favor Laura, me conte desde o início, emprego, babá, passeios noturnos, pode ser?
- Renato, são quase três horas da manhã, eu levanto muito cedo, podemos dormir e conversarmos amanhã? Eu estarei de folga à tarde, tudo bem?
- Laura, não vou conseguir dormir depois de tudo isso, enquanto eu não compreender o que está acontecendo, você decidiu me ENLOUQUECER? É ISSO?
- Renato, não está acontecendo nada, você abandonou sua casa e eu estou tentando me virar, amanhã conversamos. – Ela deixou a sala e subiu as escadas.
- Até amanhã Laura, dormirei na cama do João, não o acorde.
Acordei assustado, com vozes lá embaixo, mas quem? Parece que acabei de deitar. Levantei e corri até o alto da escada para dar uma espiada. Mal o avistei e já desci gritando, insultando, cego de ódio.
- DESAPAREÇA DA MINHA CASA, AGORA!
Ele tentou recuar, mas eu já o havia acertado e o derrubado com um soco na altura do supercilio direito. Laura, aos gritos, suplicava que parássemos, mas ele levantou e partiu em minha direção. Esquivei-me da tentativa dele me acertar e contra golpeei com mais intensidade ainda, o derrubando novamente.
- TIRA ESSE CARA DA MINHA FRENTE. – Gritei, dei as costas e retornei em direção ao quarto.
 Cinco minutos depois, Laura abriu a porta do quarto do João.
- Parece que você enlouqueceu mesmo, hein Renato?
 - Sim, provavelmente, eu chego de viagem e minha esposa está com outro cara, acordo e ela está com ele novamente, o que mais falta? Ele dorme aqui também?
- Não seja ridículo Renato, você perdeu a sanidade realmente.
- Laura, o termo mais apropriado é corno, não louco.
- Tchau Renato.
- Pai? – João chegou à porta do quarto e correu para meus braços.
Permanecemos abraçados por minutos e brincando em seu quarto por pelo menos duas horas. Eu precisava disso, não estava mais aguentando a pressão. Ele ainda reclamava de uma dor de garganta, mas parecia estar bem, sem febre pelo menos.
- Pai, hoje não vou ficar com a Érica?
- Não, hoje você é só meu.
Um sorriso largo brotou em seu rosto.
- Você não gosta de ficar com a Érica?
- Gosto, ela é bem legal, mas ela não brinca tanto comigo.
- E o patrão da mamãe? Você conhece?
- Não papai, só conheço a Érica e o Ti.
O sangue ferveu novamente, mas resolvi levar adiante.
- Quem é o Ti?
- Um amigo da mamãe, ele também gosta de brincar.
- Ele vem sempre aqui? – Perguntei, morrendo de medo da resposta.
- Só quando está chovendo.
- Como assim João?
- Quando estava chovendo ele me buscou e a Érica no colégio, daí veio brincar comigo. O carro dele é bem lindo.
Troquei de assunto para me acalmar, que loucura, parece que minha vida virou pelo avesso. Cheguei para dar a melhor notícia dos últimos anos e nem dos papéis do plano de saúde eu lembrei.
Laura chegou logo depois do meio-dia. Eu a esperava no sofá da sala.
 - Podemos conversar agora Laura?
- Não sei, se você não estiver pensando em sair no soco comigo também.
- Laura, sem ironias, por favor. Não precisamos disso agora.
- Renato, pela última vez, eu consegui um emprego para nossa segurança e por minha autoestima. O Tiago sempre será um ex-namorado de infância, hoje apenas um amigo e meu patrão. O João teve febre muito alta, eu não sabia o que fazer e liguei para ele, que nos levou ao hospital. Passou hoje por aqui apenas para ver como o João estava, só isso.
- Laura, por favor, deixe esse emprego e se afaste desse cara. Não vou mais discutir, é só um pedido. Trouxe esses papéis para você assinar, são do plano de saúde. Agora temos um plano de saúde, sabia?
- Que bom Re, parece um sonho.
- Logo levarei vocês Laura, vou procurar um apartamento legal e venho busca-los.
- Re, ainda não conversamos sobre isso, por favor, não tome nenhuma decisão sem conversarmos primeiro.
- Achei que estivéssemos conversando.
- Não, você está me comunicando, é bem diferente. Eu não tenho certeza se quero uma vida na cidade grande, se é melhor para o João, não sei, preciso pensar, precisamos conversar, entendeu?
- Tenho a nítida sensação que deixei uma outra Laura aqui, um mês atrás.
- Tens razão Renato, tens toda razão.
Neste momento meu celular tocou, número da clínica no visor.
- Renato, onde você está?
Reconheci a voz aveludada, porém apavorada agora, da Natty imediatamente.
- Em Porto Seco, algum problema?
- Renato, uma tragédia, você já pode voltar?
 - Eu chego amanhã à tarde, mas o que houve?
- A Deise está morta Renato, caiu no fosso do elevador, não acredito, volte logo, por favor, por favor...
- Natty, calma, fique calma, vou tentar antecipar a passagem, mas não sei se será possível.
- Preciso de você Renato, venha logo, por favor! – Ela chorava ao telefone.
- Vou verificar a antecipação da passagem e retorno. Fique tranquila Natty. Até logo.
-O que houve Re?
- A secretária da clínica caiu no fosso do elevador.
- Meu Deus, que horror.
- Pois é, uma das proprietárias me ligou agora pedindo que eu voltasse o mais rápido possível. Vou até à rodoviária tentar antecipar minha passagem.
- Tudo bem Re, me ligue assim que chegar lá.
- Pense em minha ideia Laura, quero que fiquemos todos juntos.
Um beijo e parti novamente.

Um comentário:

  1. nao gosto dessa web novela, eu quero graças a chuva 2 que muito melhor do que qaulquer outra historia passada aqui e outra coisa quero saber quando voces vão exibir SABRINA, pode me dizer?

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