CAP 10
Quarta-feira, 11 de janeiro
de 2012.
Querido Diário,
Estou me sentindo
suja, com remorso. Depois da noite que passei ao lado de Zeca, sinto-me uma
prostituta. Ele é um cara tão bacana e eu aqui, brincando com os sentimentos
dele. Sonhei com Felipe esta noite, e o mesmo sonho de alguns dias: eu acordo ao lado dele, abro um
sorriso, ele desperta e, de repente, eu ouço um tiro. Sonho estranho. O fato é
que não consigo tirá-lo da cabeça e tenho medo do que
pode me acontecer. O que eu faço? Não sei mais pra onde fugir. Karen acha que
devo ir embora, dar um tempo longe de tudo e de todos, não sei se é realmente esse
o caminho certo. Não quero magoar o Zeca, também não quero abandonar o Felipe.
À tarde, na vontade
gigante de acabar com esse dilema, tomei uma decisão que me doeu demais: fui
terminar com Felipe. Eu tinha que fazer algo, “cada escolha é uma renúncia”,
como diz a música do Charlie Brown Jr., não é? No entanto, quando encontrei Felipe
na sua casa, ele me deu um cachorrinho de presente, um pequeno vira-lata, mas
bem cuidado. Ele disse que esse presente era pra eu lembrar dele todas as horas
(como se eu não lembrasse!). Achei simplesmente fofo! Em pensar que aquele
homem sério, firme e forte como um muro de concreto, cada vez mais me mostrava
um lado tão sensível. Diante daquilo, esqueci de tudo. As palavras ficaram
presas na garganta, não pude dizer nada, apenas beijá-lo, sentir as suas mãos grandes
segurando a minha cintura com a mesma delicadeza que tinha feito o curativo em
mim, quando me salvou na quarta-feira passada. Não pude resistir, só queria
beijá-lo, ter seus braços envolvidos em mim. Novamente transamos. Depois, decidimos o
nome do cachorrinho: Lupe. Deixei o animal de estimação na casa de Felipe e,
quando quiser vê-lo, irei até lá visitá-lo... Resolvi bem minha situação!! Boa
noite.
BEIJOSDaLU
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